segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Soneto da Donzela Ansiosa, Bocage

Deitada donzela em fofo leito,
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras subtis, o pachacho estreito.

De louro pelo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branca crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito.

A voraz piça as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrados.

Como é ainda boçal, perde os sentidos.
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.

in "Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas"

Sem comentários:

Enviar um comentário